Queremos compartilhar com vocês, dois presentes que recebemos de Carlos Alberto Dias:
O poema do místico e poeta sufi, Jalal ud-Din Rumi, do século XIII e o desenho/imagem digital feito por Carlos, a partir de uma fotografia do Rodrigo Kenichi.
Desenho feito por Carlos Alberto Dias, em parceria, a partir de fotografia de Rodrigo Kenichi*
* Todos os direitos reservados
Carlos, estamos muito agradecidos pelos maravilhosos presentes!
A evolução da forma
Toda forma que vês
tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvaece, não importa,
permanece o original.
As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.
Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?
A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?
Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido tua jornada,
decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.
Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.
Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre Um; com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.
Jalal ud-Din Rumi, poeta e místico sufi do século XIII (Poemas Místicos, Ed. Attar, 1996)
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